Juliana Morais, mãe da Amora, enchia 20 vidros por semana
Ao contrário de alguns bebês que antecipam a chegada ao mundo, Amora decidiu demorar um pouco mais. Com 41 semanas de gestação, a enfermeira Juliana Morais, de 32 anos, entrou em trabalho de parto, em julho de 2018, para fazer uma cesárea.
Moradora de Natal, Juliana começou a produzir muito leite já na maternidade, e como Amora não conseguia mamar direitinho, foi necessária a ajuda do Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Januário Cicco. Foi aí que surgiu a oportunidade de se tornar doadora.
Juliana Morais conta que, nos seis primeiros meses de doação, ela coletou 75 litros e enchia 20 vidros por semana.
“A primeira vez que eu recebi a ligação de uma mãe chorando que não tinha leite materno, ela começou a conversar comigo e perguntou se eu podia doar. Como se fosse assim ‘me doe algo que é muito difícil para mim’, só que para mim era algo muito fácil. Ela ficou muito grata, e eu fiquei muito emocionada, porque eu podia ajudar as crianças que não tinham a oportunidade que minha filha teve. Para mim, era como se eu estivesse dando saúde às outras crianças.”
O Rio Grande do Norte conta com seis bancos de leite humano e cinco postos de coleta. De janeiro até o momento, foram coletados 1.581 litros com a ajuda de 895 doadoras cadastradas. A coordenadora do Banco de Leite Humano referência em aleitamento materno no estado, Ana Zélia Oliveira, explica a necessidade da doação para os bebês.
“A doação de leite materno é importante para todos os bebês que as mães estão clinicamente impossibilitadas de amamentar, e no caso específico do prematuro e bebês de baixo peso, que está impossibilitado de sugar. Então, a mãe com estresse, por às vezes precisar se afastar do bebê, a tendência é diminuir a produção, e a gente do banco tem que dar o suporte para esse bebê ter o leite materno, que é o melhor alimento que existe”
Por ter tido uma gravidez de risco e um bebê prematuro, a dona de casa Michelle Gomes, de 37 anos, tem sido ajudada com o leite que vem do banco de leite humano. Ela e o filho Vagner Micael mostram o sentimento em relação às mães doadoras.
“É gratidão, né? Porque a gente não consegue, e a gente sabe que é importante, principalmente para um prematuro. É só gratidão.”
Somente no ano passado, foram coletados em todo o país 186 mil litros de leite humano, mas esse valor representa apenas 55% da real demanda. Por isso, mães do Rio Grande do Norte que estão amamentando e têm interesse em doar, devem entrar em contato com o Banco de Leite Humano referência em aleitamento materno no estado. O telefone é (84) 3342-5800.
*Portal no Ar
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