O novo coronavírus pode infectar cerca de 60% da população mundial se não for bem controlada a pneumonia que causa, recentemente batizada de Covid-19. A avaliação foi apresentada pelo reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong e um dos principais epidemiologistas da região, Gabriel Leung, ao jornal britânico The Guardian nesta terça-feira.

A caminho de uma reunião na Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, Leung, disse que, se cada paciente infectar em média cerca de outras duas pessoas, como a maioria dos especialistas cogita, a “taxa de ataque” do novo coronavírus implicaria em pelo menos 60% da população mundial sendo contaminada.

Como ressalva, o pesquisador explicou que essa magnitude de infecção talvez seja alcançada em “ondas” distintas de contaminação. “Talvez o coronavírus atenue sua letalidade porque certamente não o ajuda matar qualquer pessoa que encontre. Senão, [o coronavírus] morre também”.

A taxa de letalidade está em cerca de 2%. De acordo com o último relatório divulgado pela OMS nesta terça-feira às 6h (horário de Brasília), o total de casos registrados mundialmente é de 43.103, com 1.018 mortes — dentre elas, apenas uma única fora da China, nas Filipinas.

A diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, havia dito no domingo 9 que os então 307 casos de pacientes infectados fora da China poderiam ser apenas a “ponta do iceberg”. A cifra chegou a 395 casos nesta terça.Leung, que participara dos esforços de contenção da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) entre 2002 e 2003, alerta para a possibilidade de ampla disseminação do novo cornavírus desde o final de janeiro, quando escreveu um artigo para a revista acadêmica Lancet.

No texto, ele afirma que “surtos independentes nas principais cidades do mundo podem se tornar inevitáveis” devido ao movimento significativo de pessoas infectadas que ainda não apresentam sintomas.

Também nesta terça, a OMS batizou a doença causada pelo novo coronavírus como Covid-2019. Dentre seus sintomas, estão problemas respiratórios, tosse, falta de ar, febre e, em casos mais graves, pneumonia e problemas renais.

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