A Policia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou, nesta terça-feira(20) uma operação para prender autores do homicídio do empresário Raimundo Gonçalves de Lima Neto, mais conhecido como Netinho de Nilton, no Oeste potiguar.

Aos 35 anos, Netinho era pré-candidato à prefeitura de Janduís quando foi assassinado com quatro tiros na nuca em 11 de abril de 2020, na zona rural de Campo Grande. A motivação política para o crime é uma das principais linhas de investigação da polícia.

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas foram presas. Além disso, duas armas e diversas munições foram apreendidas com os suspeitos. A operação recebeu o nome Flor de Mandacaru, devido a resistência do crime naquela região.

"A flor de Mandacaru nasce a noite e fecha pela manhã uma única vez, trazendo esperança de dias bons para o sertanejo. Acho que aquela região ainda sonha com esperança de dia melhores em que os crimes de pistolagem acabem. O trabalho da polícia vem para trazer essa esperança", ressalta o delegado Odilon Teodósio, chefe da operação.


De acordo com a polícia, as investigações se iniciaram a partir da prisão de um grupo que estava praticando assaltos na região cinco dias após a morte do empresário. A partir de então, a polícia encontrou evidências que aquele grupo estaria diretamente envolvido com a morte de Netinho de Nilton.

O delegado Odilon Teodósio afirmou que o crime foi encomendado, mas a polícia ainda não descobriu se a motivação foi política ou uma desavença familiar. "Foi um crime a mando, valor não temos, mas foi um crime pago. Não está descartado de ter sido um crime contratado por questões políticas partidárias. Era um candidato forte ao cargo, mas não podemos confirmar ainda quem foi o autor do crime", explica Teodósio.

Ao todo, foram cumpridos vinte mandados em várias cidades - São Bento, no estado da Paraíba, Macaíba, Areia Branca, Caraúbas, Janduís e Campo Grande.

O possível mentor do assassinato e outros dois suspeitos de envolvimento com o crime continuam foragidos.

O crime

Netinho de Nilton foi morto a tiros quando chegava em sua fazenda no município de Campo Grande, no interior do Rio Grande do Norte, na manhã de um sábado. De acordo com a 3ª Companhia da Polícia Militar, que atua na cidade, ele estava em uma moto quando foi abordado pelo bandidos, por volta das 9h30.

Ele foi obrigado a sair da moto, levado até um matagal próximo, e executado em seguida. Segundo a PM, vizinhos e parentes - que estavam na fazenda - ouviram quatro disparos e uma moto em fuga na sequência. Nada do empresário foi roubado.

Filiado ao Psol, Netinho se lançava na política pela primeira vez como candidato em Janduís, segundo correligionários.

Após o crime, a Delegacia Geral da Polícia Civil determinou que a investigação ficasse a cargo da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A DHPP normalmente não atua em municípios do interior estado, mas a Delegacia-geral de Polícia Civil determinou que um delegado da unidade seja designado para apurar o caso, pela justificativa de falta de estrutura da delegacia de Campo Grande para abarcar a investigação, dada a sua “complexidade”.
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