A Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) empossou 62 procuradores na manhã da última quarta-feira (23). Os procuradores são responsáveis pela representação judicial e extrajudicial, além de prestar consultoria jurídica para a Administração Pública.

Entre os novos procuradores do Distrito Federal está o advogado pedrozense Dr. João Paulino de Oliveira Neto. Ele é filho da servidora aposentada Wilma Paulino de Oliveira, ex-secretária escolar da Escola Municipal Fabrício Pedroza. 

A Procuradora-Geral do Distrito Federal, Ludmila Lavocat Galvão, comemorou a chegada dos novos profissionais. “Com muita emoção e alegria, demos posse hoje a 62 novos procuradores do DF. Agradecemos, mais uma vez, ao nosso Governador Ibaneis Rocha pela nomeação recorde da PGDF.”

O Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, assinou o decreto de nomeação de 63 novos procuradores do Distrito Federal no último dia, 11 de agosto, Dia do Advogado, no Palácio do Buriti, com a participação de autoridades de governo, e contou com a presença da Procuradora-Geral do Distrito Federal (PGDF), Ludmila Lavocat Galvão.

Ibaneis comemorou a nomeação e destacou a relevância da PGDF para o Distrito Federal. “A carreira de procurador é muito bonita e respeitada. A nossa Procuradoria-Geral está entre as melhores do país, o que é um grande orgulho para todos nós. Vocês têm o compromisso de contribuir para tornar nossa Advocacia Pública ainda mais forte”.

Confira parte do depoimento Dr. João Paulino falando sobre o início dos seus estudos e a cidade onde morava e como se deu o processo da realização e aprovação no concurso de Procurador do Distrito Federal:

“Iniciei minha trajetória no mundo jurídico em 2013 ao ingressar na graduação de Direito. A cidade onde morava (Fernando Pedroza) fica na região central do Rio Grande do Norte e tem apenas 3 mil habitantes, o que me obrigou a ir para uma outra cidade, aproximadamente a 120km, para me graduar.

Fiz graduação como bolsista em uma universidade particular e sem muito acesso aos rigores e fama das universidades públicas. Durante a graduação, nunca fui bom aluno, estudava basicamente o que gostava, mas foi o suficiente para aprender e passar pelos semestres. 

Nunca tive interesse em fazer concurso público. Sempre sonhei em advogar. Então, após terminar a faculdade em dezembro de 2017, comecei o exercício da profissão de advogado no início do ano de 2018. 

No entanto, as coisas mudaram em 2020. As dificuldades do início da advocacia somadas aos obstáculos criados pela pandemia da COVID-19, me fizeram repensar a minha rota profissional.

Até que veio a publicação do edital da PGDF. 

Eu relutei muito para essa prova. Um edital extenso, com direito do consumidor, penal e processo penal, matérias que não estudava cotidianamente e sabia, com base na última prova, que a cobrança era aprofundada. OBS: esse é outro ponto importante. Vejam as provas anteriores. 

Até que por insistência da minha esposa e por sinais divinos, acabei decidindo fazer. Escolhi não ir outras provas que aconteceram, pois não tinha o dinheiro para ir, me vendo mais uma vez, depositando todas as esperanças nessa prova. Reuni os últimos recursos financeiros, emocionais, psicológicos, mesmo sem conseguir estudar firmemente como antes, inclusive pelo trabalho que precisei dar maior atenção, acabei indo para Brasília. 

Surpreendentemente, passei na prova objetiva. Foi uma surpresa enorme. Em meio a tanta gente boa, eu tinha conseguido estar entre os que iriam para a prova discursiva. Mesmo assim, eu não confiava que seria capaz de passar, ainda carregava o peso das reprovações doloridas. 

Mais uma vez, fiz o que pude, estudei como pude e parti para os 3 martirizantes dias de provas discursivas. No primeiro dia, já sofri um golpe: uma das teses cobradas, eu não sabia, simplesmente não sabia. Mas encontrei forças e dei tudo de mim nas questões e nos demais dias de prova. 

Ao fim do terceiro dia, pensei: “pelo menos lutei a boa luta, se é de reprovar na oral, que seja agora”. 

E assim, aconteceu. No resultado provisório da prova discursiva, estava fora das vagas da ampla concorrência para a prova oral. Iam 54 e eu estava em 76. Pensei: “Sem chance”. Mas de toda forma, por desencargo de consciência, me dediquei aos recursos. Passado o tempo, eis que sai o resultado definitivo e vejam só vocês: estava eu lá aprovado entre os 54, especificamente em 48º para ir para a prova oral. 

Vocês percebem as nuances da vida? As pequenas ironias que o mundo nos reserva? Em um dia eu fui a “vítima” que tinha saído após os recursos, mas em outro, foram os recursos que me trouxeram até aqui. Então, vejam que a resistência aos obstáculos nos permite seguir no caminho, mesmo que algumas rotas sejam desviadas e, se um dia perdemos, outro dia a vitória bate à porta. 

A partir daí comecei os estudos para mais uma prova oral. O mais difícil dessa vez era lidar com o medo de mais uma reprovação nessa fase tão adiantada do certame. Tentei controlar isso. No dia da prova, eu rezava, eu pedia calma e tranquilidade, mas em alguns momentos o corpo não atendia ao que eu pensava. 

Confesso que fazer nó de gravata não é uma coisa das mais simples, mas também não é nada de muito extraordinário, no entanto, dar o nó na gravata enquanto me vestia antes da prova, foi uma das piores coisas da vida. Eu tentei fazer 13 vezes, mas as mãos tremiam, suavam. Foi um terror. 

Mas finalmente chegou o momento e eu dei tudo de mim. Mais uma vez, fiz tudo que pude. 

E dessa vez, eu consegui. A vitória veio: APROVADO PARA PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL. E eu estou aqui contando essa história para vocês”.

Dr. João Paulino de Oliveira Neto - Procurador do DF

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