O município de Angicos (RN) é conhecido historicamente no Rio Grande do Norte como uma das únicas cidades potiguares, se não a única, a não reeleger Prefeitos (as).

Esse fato histórico, para muitos pensantes, se dar pelo motivo de vingança do povo angicano que é conhecido por: “a gente coloca, mas também se não prestar a gente tira”, é aquele tipo de coisa — elegemos, mas derrotamos.

Foi assim com todos os prefeitos desde o período do pós redemocratização. Logo que, antes deste período, reeleição de Chefe de Executivo e de seu vice era proibida para o pleito imediatamente seguinte. Ou seja, o direito à reeleição para cargos executivos é recente no Brasil. Ela só surgiu em 1997, sob a Presidência de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Embora nas últimas duas décadas o povo em sua maioria já tenham, repetidamente, concedido segundos mandatos nas urnas para presidente, governadores e prefeitos, porém, no campo intelectual o assunto de reeleição nunca foi consenso. 

Muitos defendem que quatro anos podem ser suficientes necessários para a concretização de um plano de governo. Afinal, qual candidato faz plano de governo para oito anos? E eu respondo, nenhum. O plano de qualquer candidato é elaborado para os próximos quatro anos seguintes a eleição, tendo tempo suficiente para cumprir aquilo que prometeu na campanha em palanque eleitoral.

TENTATIVAS DE REELEIÇÕES EM ANGICOS

Após o direito a reeleição, o primeiro prefeito a disputar tal feito foi Clemenceau Alves (MDB), eleito nas eleições de 2000 com 4.508 votos, com maioria de 1.571 votos em cima do seu principal adversário na época, Deusdete Gomes de Barros que recebeu 2.937 votos.

CLEMENCEAU ALVES

Em 2004, o ex-prefeito Clemenceau foi derrotado na busca de sua reeleição pelo seu então vice-prefeito Ronaldo de Oliveira Teixeira (PSB) que se elegeu com 3.380 votos, enquanto Clemenceau recebeu nas urnas 2.964 votos, uma maioria de 416 votos.

RONALDO TEIXEIRA

Já em 2008, o então prefeito Dr. Ronaldo Texeira candidato a reeleição foi derrotado pelo ex-prefeito Jaime Batista dos Santos (DEM), falecido em 2009. Dr. Ronaldo disputou a reeleição tendo como candidato a vice-prefeito o advogado Deusdete Gomes, enquanto que Jaime disputou ao lado do ex-prefeito Clemenceau Alves. Juntos, os ex-prefeitos receberam 3.935 votos, enquanto Ronaldo ficou com 3.742 votos, maioria de 193 votos.

Posteriormente, o ex-prefeito Dr. Ronaldo conseguiu cassar a chapa Jaime/Clemenceau e assumiu a Prefeitura em outubro de 2010. Ou seja, não reconhecido como candidato vitorioso para sua reeleição, logo, assumiu por vias judiciais, pelo qual, mais na frente a Justiça reconheceu o erro.

DEUSDETE GOMES

Em 2020, o atual prefeito de Angicos, Pinheiro Neto (MDB) foi eleito nas eleições passadas com 4.121 votos, derrotando o então prefeito Deusdete Gomes (PSDB) que recebeu nas urnas 3.460 votos, uma maioria de 661 votos. Sendo que o ex-prefeito Deusdete mesmo tendo sido reconhecido como um gestor que se adequava como grande administrador foi mais um Prefeito que não conseguiu a sua tão sonhada reeleição.

E pelo que observamos, 2024 não será diferente...

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