A Paróquia Santuário de São José dos Angicos celebra nesta quinta-feira, 27 de agosto de 2020, o bicentenário de nascimento do Padre Félix Alves de Souza, sacerdote que passou mais tempo como pároco a frente da nossa estimada Paróquia Santuário. Para lembrar essa tão importante data, será celebrada Missa em ação de graças presidida pelo pároco, padre Jailton Soares, transmitida pelas redes sociais da paróquia no Facebook.

Celebramos hoje, o bicentenário de nascimento do padre Félix Alves de Souza. Há 200 anos nascia no sertão da Paraíba, aquele que viria a ser o pároco que passou mais tempo a frente da nossa estimada Paróquia Santuário de São José dos Angicos. Celebrar 200 anos do nascimento do padre Félix é motivo de grande júbilo. Este fato histórico faz brotar, do fundo do coração de cada filho desta Paróquia, um imenso louvor e ação de graças a Deus por aquilo que Ele fez, pela sua intervenção na história da nossa cidade e paróquia. Os 200 anos de nascimento de Padre Félix quer ser, para todos nós, uma ocasião preciosa para contemplar o passado com reconhecimento, o presente com confiança e sonhar o futuro da misisão do Santuário, deste chão que aqui viveu, neste solo santo onde descansa, com força e novidade evangélica, com coragem e visão profética, deixando-se guiar pelo Espírito que sempre nos aproximará da novidade de Deus.

O Padre Felix (ou Felis, como está na maioria dos registros) esteve presente na Freguesia de Angicos por mais de 50 anos. Segundo Monsenhor Severino, no livro Levitas do Senhor, nasceu a 27 de Agosto de 1820, no lugar antigamente chamado São João do Rio do Peixe, Paraíba. Por ter perdido seus pais cedo, José Joaquim Pereira de Sousa e Ana do Sacramento Pereira de Sousa, foi criado por seu irmão José Felis, segundo Monsenhor Severino, ou José Alexandre Pereira de Sousa, segundo Aluizio Alves.

Do registro de casamento de José Francisco Alves de Sousa com Maria Ignácia Teixeira do Carmo, tiramos que José Alexandre Pereira de Sousa, pai do noivo, era casado com Maria Leopoldina Josefa Carolina. Assim, pela informação acima de Aluizio, o padre Felis seria tio de José Francisco, e, portanto, tio avô do Capitão José da Penha Alves de Sousa.

Seus dois biografos Aluizio e Monsenhor Severino afirmam que o Padre Felis ordenou-se em 1844 e veio para Angicos no início de 1845, para recuperar as suas condições de saúde, enfraquecidas por conta dos esforços despendidos nos seus estudos no Seminário de Olinda. Mas, os registros da Igreja dão conta que o Padre Felis já atuava em 1844, em Angicos. Vejamos o registro a seguir:

Aos trinta de Maio de 1844, pelas oito horas do dia na Fazenda Carapebas, presentes as testemunhas Alexandre Francisco da Costa, e Januário Brasiliano Alves, uni em matrimônio, e conferi as bênçãos nupciais aos contraentes meus fregueses Gonçalo e Luiza, escravos de João Manoel da Costa, servatis servandis; e para constar, fiz este assento em que me assino. O Padre Felis Alves de Sousa, Vigário Encomendado de Angicos.

Esse João Manoel da Costa (e Mello) era irmão dos meus trisavós Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’ e Agostinha de Sousa Monteiro.

Há outros registros, do mesmo ano de 1844, que confirmam a presença do Padre Felis anterior ao ano de 1845. Um deles, o óbito de Damásia Pereira Pinto, já colocado aqui no artigo “Damasia Francisca Pereira e a Lenda”. O padre Felis celebrou casamento, também, em Macau naquele ano de 1844. Segue registro.

Aos trinta de Setembro de 1844, pelas oito horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição, em Macau, recebi em matrimônio, e abençoei aos contraentes, meus fregueses, Amaro Mathias Antonio, e Rita Maria da Conceição, presentes por testemunhas João Martins Ferreira e José Freire; e para constar fiz este assento em que assino. O Padre Felis Alves de Sousa, Vigário Encomendado de Angicos.

João Martins Ferreira era meu tetravô, aquele da Ilha de Manoel Gonçalves. Ainda no ano de 1844, na data de 19 de Novembro, o Padre Felis casou João Batista Xavier da Costa e Michaela Francisca da Trindade. João Batista e Michaela são os ascendentes dos Trindades do município de  Pedro Avelino. São também os pais de Maria Batista, segunda esposa do Capitão Antas.

O padre Felis faleceu em Natal, no dia 7 de Dezembro de 1895, na residência do Jornalista Pedro Avelino que era casado com Maria das Neves Alves de Sousa, sua sobrinha neta. Aliás, foi o padre Felis quem celebrou o casamento desse casal. Uma das singularidades desse casamento é a assinatura do casal junto com o Padre Felis.

Aos 27 de outubro de 1886, pelas 7 e meia horas da noite, nesta Matriz, precedendo as canônicas denunciações sem impedimento, confissão e exame de doutrina cristã, em minha presença e das testemunhas Thomas Antonio Nunes Monteiro, e Balthasar da Rocha Bezerra, se uniram em matrimônio, e tiveram as bênçãos nupciais, os nubentes, meus fregueses Pedro Celestino da Costa Avelino, e Maria das Neves Avelino, livres, solteiros, sem relação de parentesco, ele, com 24 anos, e ela com 20, brasileiros, sendo as profissões, dele = negociante, e dela = costureira, e assinaram o assentamento; do que mandei fazer este termo em que assino. O Vigário Felis Alves de Sousa, Pedro Celestino da Costa Avelino e Maria das Neves Alves Avelino.

Padre Felis casou os pais de Pedro Avelino, Vicente Maria da Costa Avelino e Ana da Natividade Bezerra, em 1857; batizou Pedro em 1861; casou Pedro como vimos acima, em 1886; e, depois batizou Maria Albertina, uma filha de Pedro Avelino e Maria das Neves, em 1888. O senador Georgino Avelino, sobrinho bisneto de Padre Felis, nasceu em Angicos, em 1888, mas não encontrei seu batismo.

Talvez, nos livros de tombo da Igreja, haja mais informações sobre o Padre Felis.
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