A possível aliança entre o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) e a governadora Fátima Bezerra (PT) movimentou os bastidores políticos durante o fim de semana. Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, Carlos Eduardo afirmou que o diálogo com o Governo tem evoluído e que é possível que a aliança entre eles seja firmada.

“Nós estamos num processo de consulta interna. Mas as coisas evoluíram muito. E eu digo a você que hoje é possível sim fazer a aliança política na qual ela seja candidata à reeleição e eu ao Senado”, disse Carlos Eduardo.

A repercussão da possível união entre a governadora Fátima Bezerra e o ex-prefeito de Natal é maior em virtude do histórico de duras e preconceituosas críticas à então candidata ao Governo do RN em 2018. Agora, Carlos revela que mudou de postura porque o Estado vive outro momento e não está mais no “negativo”.

Com a possível presença de Carlos Eduardo como candidato ao Senado na chapa da governadora Fátima Bezerra, a posição do MDB, com Walter Alves candidato a vice-governador, que era dada como certa, pode sofrer um impacto. Dois Alves, um no senado e outro na vice, é um desenho que traria o PT para o centro de uma aliança com uma família tradicional da política, coisa que incomoda boa parte da militância petista.

Se a aliança com o ex-prefeito de Natal se concretizar, não significa que o MDB já estará fora do entendimento com o PT. Ainda há outros fatores que podem contribuir para que o partido presidido pelo deputado Walter Alves permaneça junto ao PT, principalmente um palanque distante do bolsonarismo e sob as bênçãos do ex-presidente Lula, além de espaços privilegiados em um possível segundo mandato da governadora Fátima Bezerra.

Mas as reações contra Carlos Eduardo não são baseadas apenas no olhar partidário dos que reagem a essa aliança com um ex-crítico e ex-adversário. Há uma manifestação pública do senador Jean Paul Prates (PT), que briga para ser o candidato à reeleição e que quer o apoio da governadora. Procurado pelo NOVO Notícias, o senador petista disse que no momento não há novidades e o que ele vem afirmando para a imprensa permanece: “Sou pré-candidato do PT à vaga no Senado pelo Rio Grande do Norte, por entender que tenho muito a contribuir ainda nesse longo caminho que temos a percorrer. Quanto às especulações sobre a possibilidade da vaga ao Senado, na aliança liderada por Fátima, ser disputada por alguém estranho a esse projeto, eu acredito que representam um retrocesso. Como estratégia eleitoral não me parece justificável. Como recado aos eleitores e à militância poderia ser um desastre”, revelou o senador.

Sobre as declarações de Carlos Eduardo Alves, o Secretário chefe de Gabinete Civil, Raimundo Alves, voltou a afirmar ao NOVO Notícias que não existe chapa fechada com nenhum partido. O PT realiza reuniões internas de alinhamento e não há definição de nenhuma candidatura.

“Não demos nada por encerrado ainda e por esse motivo nenhuma conclusão pode ser tirada. Não existe chapa fechada e ainda estamos mantendo diálogo com o MDB. Não estamos nem perto de concluirmos esse processo”, disse Raimundo Alves.

Para fechar um arco de alianças o PT não tem só as candidaturas ao Senado e a vice-governador da chapa que dará sustentação à reeleição da governadora Fátima Bezerra para discutir. A eleição proporcional requer um diálogo mais aberto, além da análise da conjuntura nacional. O PT ainda vai analisar como se dará as federações partidárias, que caminham, até o momento, para um bloco onde podem se unir PT, PC do B, PSB e PV. Tudo isso influenciará no jogo político local. Esse quadro deixa em aberto a formação da aliança majoritária da situação no RN. “As negociações não vão ser somente em torno das chapas majoritárias vai envolver também as eleições proporcionais”, confirmou Raimundo.

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