Dois adolescentes do Rio Grande do Norte são investigados por supostamente planejarem um massacre em escolas na cidade de Campo Redondo, a 147 quilômetros de Natal. Um deles mora na cidade onde aconteceria o atentado e o outro é de Itumbiara, interior de Goiás. Ambos são primos e são potiguares. Na ação, seriam utilizadas armas químicas, conhecidas como “coquetel molotov”. A Polícia Civil do RN foi até a casa de um dos adolescentes e informou o caso aos pais. Os jovens têm entre 14 e 15 anos e segundo as investigações preliminares, se inspiram no massacre de Columbine, ocorrido em abril de 1999, quando 15 pessoas morreram numa escola do Colorado, nos Estados Unidos. As motivações dos adolescentes serão investigadas pela Polícia Federal.

De acordo com o delegado Thyago Batista, da delegacia de Polícia de Tangará, as equipes se deslocaram até as residências e localizaram os adolescentes no último domingo (15) após receberem uma demanda "urgente" do Ministério da Justiça e da Segurança Pùblica (MJSP). Os responsáveis pelos jovens foram acionados e os apresentaram na delegacia. Em depoimento à PC, um dos jovens disse se tratar de uma brincadeira. "Vamos investigar para realmente ver até que ponto essa "brincadeira" poderia ser concretizada". Os pais não sabiam da troca de mensagens.

Nas informações divulgadas pela Polícia Civil de Goiás, consta print com mensagens dos adolescentes. Um deles diz: “não pô matar todo mundo menino menina” (sic). O outro responde: “Hmmm tô ligado”. O primeiro adolescente diz em seguida que o crime deveria acontecer na escola na qual fosse matriculado.

Além disso, foi confirmado pelos familiares, que o adolescente residente em Itumbiara estaria com viagem marcada para interior do Rio Grande do Norte. A data em que o crime iria acontecer não foi divulgada. "Ele não estava com viagem exatamente marcada, mas viria para cá. Como é da região, possivelmente viria passar o fim de ano em Campo Redondo. Fomos acionados para identificar onde esse adolescente morava e para entrar em contato com ele e a família para averiguar o que estava acontecendo. O pai do menino foi surpreendido com a ação, porque não imaginava que o filho tivesse esse tipo de conversa na internet, sobre possíveis ataques à escolas. O pai ajudou à Polícia, disse que estava disposto a nos ajudar. O pai nos forneceu o telefone. Eles conversavam pelo Instagram. O celular será submetido à perícia técnica", comentou.

Ainda durante as investigações, apurou-se que os jovens já haviam escolhido pela internet as roupas que seriam utilizadas e, em seguida, testariam os equipamentos que seriam usados por eles durante a ação nas escolas. Segundo o delegado Thyago Batista, os jovens serão investigados pela Polícia Federal e seguirão morando em suas residências.

"Ainda está em investigação, não há comprovação de que haveria a prática criminosa. Como a demanda era urgente, nossa missão era de chegar ao adolescente e o mais rápido possível evitar que acontecesse esse ataque. Ouvimos o adolescente e ficamos com o aparelho apreendido. Como a investigação é em torno de atos preparatórios de terrorismo, o material colhido será encaminhado à Polícia Federal", acrescenta. "Já orientamos os pais a buscar a assistência social, porque um adolescente desse precisa de tratamento, de apoio da família, para que tire da cabeça esse tipo de pensamento", citou. Após o crime, os adolescentes tirariam a própria vida.

Tribuna do Norte

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